Cientistas desenterram as múmias mais antigas em uma nova análise do Mistério das múmias da fumaça


Um estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" revela que civilizações antigas na China e no sudeste asiático praticavam a mumificação com fumaça milhares de anos antes dos egípcios e chilenos. Enquanto a mumificação egípcia remonta a 4.500 anos, os exemplos mais antigos conhecidos vêm de civilizações chilenas que utilizavam o ar seco do deserto do Atacama para a mumificação natural.

Recentemente, pesquisadores descobriram esqueletos enterrados com sinais de queimaduras e exposição à fumaça em diversas regiões úmidas, como China, Vietnã e Filipinas, sugerindo uma forma de mumificação por secagem com fumaça, semelhante a práticas contemporâneas em Papua, Indonésia.

A análise de 54 sepultamentos em 11 locais indicou que os corpos eram enterrados em posição agachada, com marcas escuras em partes do corpo. Exames revelaram que mais de 80% dos ossos apresentavam alterações típicas de defumação. Acredita-se que os corpos eram atados logo após a morte e suspensos sobre fogo brando, permitindo que os familiares mantivessem contato com os falecidos durante o processo, que poderia durar semanas ou meses. Essa prática também pode ter um significado cultural profundo, refletindo o desejo humano de manter os entes queridos por perto.

Além disso, a pesquisa encontrou semelhanças com rituais atuais nas comunidades Dani e Pumo em Papua, onde múmias fumegadas são preservadas e exibidas em ocasiões especiais. A continuidade cultural entre esses rituais pré-históricos e as práticas contemporâneas destaca a relevância histórica e emocional desses métodos de preservação dos mortos.

Fonte: G1

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