Carga, turismo e transporte de passageiros: o futuro da histórica ferrovia Sorocabana depende da resolução para a Malha Oeste


 Atualmente, a malha ferroviária da antiga Sorocabana está inativa em grande parte de sua extensão, mas há projetos em andamento para seu uso em transporte de carga, passageiros e turismo. A federalização e concessão da antiga Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa) nos anos 1990 dividiram a antiga EFS em corredores de carga, enquanto os trilhos na Região Metropolitana de São Paulo foram dedicados ao transporte metropolitano.

A linha Mairinque-Santos, com cerca de 150 quilômetros, é um importante corredor de exportação que conecta o agronegócio brasileiro ao Porto de Santos. Em contraste, 319 quilômetros de trilhos entre Mairinque e Bauru estão deteriorando-se. Esses trilhos fazem parte da Malha Oeste, que já foi utilizada para o transporte de celulose e que tem sua infraestrutura considerada depreciada pela ANTT, após anos de investimentos insuficientes pela concessionária Rumo.

O contrato de concessão da Malha Oeste termina em 2026, e a Rumo já solicitou a devolução da concessão. A ANTT estima que serão necessários R$ 18 bilhões em investimentos para recapacitar a ferrovia, que se estende por 1.625 km, incluindo a antiga linha-tronco da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. A previsão é que um novo leilão ocorra em 2026, mas há preocupações de que não haja interessados devido ao alto custo de recuperação da infraestrutura.

Além do transporte de cargas, o governo estadual está considerando o uso de trechos da Malha Oeste para transporte de passageiros. Projetos como o Trem Intercidades (TIC) Oeste visam atender à demanda de passageiros entre São Paulo e Sorocaba, com investimentos estimados em R$ 11,9 bilhões. Este projeto inclui a consulta pública para atender às demandas locais para paradas em diferentes cidades.

Os trechos da antiga Sorocabana entre Botucatu e Presidente Epitácio e Iperó a Pinhalzinho foram transferidos para a Malha Sul, que também está em fase de discussão para renovação contratual. O Ministério dos Transportes considera algumas áreas sem viabilidade econômica para o transporte ferroviário, prevendo sua redestinação para projetos de interesse público, como trens turísticos e parques lineares.

A Rumo afirmou que o Governo Federal está revisando as concessões ferroviárias, destacando que a Malha Oeste está em processo de relicitação. A situação atual da malha ferroviária da antiga Sorocabana destaca tanto os desafios de recuperação da infraestrutura quanto as oportunidades para revitalização do transporte ferroviário na região.

Fonte: G1

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