O futuro de um dos maiores projetos ambientais do estado de São Paulo, a Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), está no centro de uma disputa judicial com a concessionária que administra o aeroporto da cidade.
Conforme apurado pela TV TEM, a área ocupada pela associação é classificada como industrial. Em 2021, a concessionária Rede Voa notificou a ONG para desocupar quase três hectares que pertenceriam à zona aeroportuária, alegando necessidade de ampliação. A situação mobilizou a cidade, levando voluntários, biólogos e representantes de ONGs a acampar no local para impedir o avanço de máquinas. Após reuniões, a desocupação foi suspensa, mas a discussão sobre a posse da área foi parar na Justiça, onde o processo tramita em primeira instância.
A discussão voltou a ganhar força neste mês. Ambientalistas e defensores do projeto estão pleiteando que o local deixe de ser classificado como zona industrial e seja reclassificado como zona de preservação ambiental. Essa proposta é liderada pelo vereador Henrique Parra (PSOL) na Câmara Municipal. Segundo ele, a mudança reduziria o interesse econômico e imobiliário sobre o terreno, garantindo sua proteção. "A palavra final sobre o zoneamento é do município", lembra o vereador.
A Associação Mata Ciliar abriga mais de 2,8 mil animais silvestres e possui uma estrutura que inclui um complexo médico com centro cirúrgico, UTI e laboratórios. O trabalho da associação é uma referência internacional e abriga um dos maiores bancos genéticos de felinos do Brasil. A importância do projeto foi reforçada em uma audiência pública pelo diretor de pesquisa animal do zoológico de Cincinnati (EUA). O centro de reabilitação recebe, em média, 30 animais silvestres por dia, e atualmente, mais de 800 animais estão em tratamento em viveiros, enquanto outros dois mil vivem soltos na área reflorestada.
O Governo do Estado de SP informou, em nota, que está acompanhando a situação e que a Secretaria de Parcerias em Investimentos busca, junto com a prefeitura e a VOA, "uma solução técnica e segura, que concilie a proteção ambiental com a operação regular do aeroporto."
Fonte: G1


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