Vilarejo no Ceará se torna " território-fantasma" após a expulsão de moradores por facções

 


O distrito de Uiraponga, localizado em Morada Nova, a 167 km de Fortaleza, no Ceará, foi transformado em um "território-fantasma" devido a uma violenta disputa entre facções criminosas. Nos últimos dois meses, os moradores relatam um êxodo forçado em massa, com cerca de 300 famílias abandonando suas casas e comércios fechados, deixando as ruas quase desertas.


A situação crítica foi reconhecida em um relatório policial e também pela prefeitura, que, em um decreto, classificou o estado de violência como "anormal e emergencial". A administração municipal suspendeu o atendimento em um posto de saúde e transferiu alunos de escolas da região, enquanto o governo do Estado informou que está realizando operações para conter a criminalidade.


O conflito é liderado por José Witals, apontado como um dos chefes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), que ordenou a expulsão dos moradores. Seu cúmplice, Márcio Jailton, também está preso e é investigado por diversos assassinatos na região. O confronto começou após Witals romper com a facção Guardiões do Estado (GDE) e se aliar ao TCP, desencadeando uma campanha violenta para dominar Uiraponga, anteriormente controlada por Gilberto de Oliveira , que está foragido.


Moradores relataram que as ameaças começaram em abril, mas muitos ainda permaneceram até um confronto armado em julho, que levou ao abandono definitivo de suas casas. As intimidações incluíam mensagens e telefonemas ameaçando famílias para que deixassem a comunidade, com muitos relatos de medo generalizado.


Atualmente, a escola do distrito opera em outro local e o posto de saúde não funciona regularmente, deixando os poucos moradores remanescentes — principalmente idosos e famílias incapazes de sair — sem acesso a serviços essenciais. A situação é alarmante, com a comunidade desassistida e sem perspectivas de retorno, conforme a falta de planejamento para a recuperação da área se torna evidente. Os moradores expressam o desejo de voltar, mas o medo da violência persiste.


Fonte: G1

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