Bolsonaristas pedem por anistia e o Impeachment de Moraes

 


Parlamentares bolsonaristas reagiram à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com uma série de propostas, denominadas por eles de "pacote da paz". As medidas incluem a aprovação de uma anistia para os golpistas do 8 de Janeiro, o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e a extinção do foro especial.


Em uma coletiva de imprensa, deputados e senadores aliados de Bolsonaro pressionaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e afirmaram que a oposição pretende paralisar os trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), declarou: "É essencial que Alcolumbre tenha a postura necessária neste momento e que abra um processo por crime de responsabilidade contra o ministro Alexandre de Moraes." Ele criticou o foro privilegiado, afirmando que se tornou uma ferramenta de controle sobre o Legislativo.


Flávio Bolsonaro (PL-RI), filho mais velho do ex-presidente, comentou que a prisão domiciliar de seu pai fortalece politicamente o grupo, embora ele lamente a situação. Flávio descreveu a prisão como uma "aberração jurídica" e contestou a legalidade do vídeo que levou à medida, afirmando que não houve ilegalidade.


Durante uma manifestação no Rio de Janeiro no último domingo (3), Flávio se comunicou ao vivo com seu pai, que agradeceu aos apoiadores e reafirmou a luta pela liberdade e pelo futuro do Brasil. Na decisão que impôs a prisão domiciliar, Moraes alegou que Bolsonaro violou medidas cautelares estabelecidas após a operação de 18 de julho, que incluiu a utilização de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais.


Flávio também criticou Alcolumbre ao ser questionado sobre uma possível conversa entre eles após a ordem de prisão. Ele mencionou que não consegue contatar Alcolumbre desde antes do recesso e expressou preocupação de que ele não repita os "erros" do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que adiou pedidos de impeachment contra Moraes.


A reabertura do Congresso após as férias de julho é vista como uma oportunidade para a oposição se manifestar. Em julho, quando Bolsonaro enfrentou suas primeiras restrições de liberdade, os bolsonaristas tentaram, sem sucesso, interromper o recesso. Na terça-feira, deputados e senadores tomaram assentos nas cadeiras dos presidentes da Câmara e do Senado como forma de protesto.


O vice-presidente da Câmara, Altiney Côrtes (PL-RJ), prometeu colocar em votação o projeto de lei da anistia assim que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausentasse. A bancada bolsonarista busca a aprovação de uma "anistia ampla, geral e irrestrita", que abarcaria não apenas os presos do 8 de janeiro, mas também Bolsonaro. Contudo, a proposta não obteve apoio do centrão e perdeu força na Câmara. Com os recentes atos de bolsonaristas e a prisão domiciliar de Bolsonaro, os aliados esperam que o tema seja levado à votação.


De acordo com membros do PL, há uma crescente sensibilidade na classe política em relação à situação de Bolsonaro e um reconhecimento de abuso por parte de Moraes. Além disso, bolsonaristas reivindicam a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que extingue o foro especial, uma emenda que foi aprovada pelo Senado em 2017, mas que permanece parada na Câmara desde então.

Fonte: JR 

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