Os índices de fatalidades no trânsito em Jundiaí têm se tornado uma preocupação crescente, com informações da plataforma Infosiga-SP, disponibilizada pelo Governo do Estado, indicando um aumento no número de mortes em 2024 e nos primeiros meses de 2025. Esse cenário ressalta a importância da campanha de conscientização da Prefeitura, intitulada "Não deixe um acidente contar sua história", que enfatiza o perfil das vítimas, predominantemente homens jovens, e os altos índices de acidentes fatais envolvendo motociclistas.
Essa realidade local se alinha a uma preocupante tendência observada em todo o Brasil. O Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que o número de mortes de motociclistas aumentou mais de dez vezes nas últimas três décadas no país, com uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes que cresceu 2,3% nos últimos anos.
Nos primeiros seis meses de 2025, Jundiaí contabilizou um total de 41 mortes no trânsito, sendo 6 apenas no mês de junho, das quais 3 eram motociclistas. O aumento das fatalidades entre motociclistas é um fenômeno multifacetado, influenciado por diversos fatores. A análise dos acidentes fatais nas vias urbanas não aponta um ponto crítico específico; os incidentes ocorrem de maneira dispersa pela cidade. Entre os principais fatores de risco identificados estão o excesso de velocidade, o desrespeito ao sinal vermelho e conversões em locais proibidos.
De acordo com o Atlas da Violência, o crescimento acelerado da frota de motocicletas, juntamente com a formação inadequada dos condutores e o despreparo de muitos motociclistas, que frequentemente não recebem a devida capacitação, são elementos que impactam negativamente o atual cenário. Além disso, o uso das motos como ferramenta de trabalho expõe os motoristas a riscos adicionais. A pressão por cumprir prazos e a necessidade de agilidade podem levar a comportamentos imprudentes, como a velocidade excessiva e manobras arriscadas.
José Carlos Sacramone, gestor da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte de Jundiaí, destacou que a análise da equipe revela que os principais fatores que resultam em acidentes fatais estão relacionados ao comportamento de risco, como a velocidade excessiva, a desobediência à sinalização e a imprudência nas vias. Embora cada ocorrência tenha suas especificidades, esses fatores se repetem e contribuem diretamente para os acidentes graves. No Estado de São Paulo, os dados do Infosiga indicam que, entre janeiro e junho de 2025, ocorreram 1.329 mortes de motociclistas, um aumento de 5,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Somente no mês de junho foram registradas 236 fatalidades, o que representa um aumento de 6,8% em relação a junho de 2024.
Ao examinar os dados de Jundiaí, a comparação dos primeiros cinco meses dos últimos anos mostra uma variação alarmante. Em 2022, foram registrados 12 óbitos nas vias urbanas, dos quais 5 eram motociclistas (42%). Em 2023, o total caiu para 10 mortes, novamente com 5 motociclistas (50%). Em 2024, houve uma redução para 4 fatalidades, sendo 3 motociclistas (75%). Contudo, em 2025, até o final de maio, os registros dispararam para 18 mortes, incluindo 7 motociclistas (39%). Embora a porcentagem de motociclistas em relação ao total de fatalidades tenha diminuído, o número absoluto de mortes voltou a crescer, destacando a gravidade da situação.
Fonte: PopTv
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