A audiência de custódia de Douglas da Silva, motorista preso por atropelar e arrastar Tainara por aproximadamente um quilômetro na Marginal Tietê, ocorreu nesta quarta-feira (3) e foi marcada por denúncias de agressão policial e questionamentos sobre o paradeiro do suspeito durante a madrugada.
Douglas foi preso no domingo (30) em um hotel na Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo. Logo no início da audiência, ao ser questionado pelo juiz se havia sofrido agressões, ele respondeu: “Sim, senhor.” Ele relatou que foi abordado pela Polícia Civil enquanto dormia e que as lesões já haviam sido registradas no auto de prisão.
O juiz perguntou se o acusado conseguia reconhecer os agentes envolvidos, e Douglas afirmou que sim.
O advogado de Douglas relatou dificuldades para localizar o cliente desde a noite anterior. Segundo ele, após a prisão, o delegado informou à imprensa que o suspeito seria levado ao 8º Distrito Policial, mas ele aguardou até as 3h da manhã sem que Douglas aparecesse. “Onde ele ficou todo esse período? O que aconteceu com esse menino? Eu não sei.”, afirmou o defensor, acrescentando que Douglas não havia recebido atendimento médico, apesar dos ferimentos visíveis, incluindo uma lesão de tiro que “estava aberta e sangrando”.
O advogado pediu que a integridade física do acusado fosse assegurada e solicitou seu encaminhamento imediato ao Instituto Médico Legal (IML).
Determinações do Juiz
O juiz reconheceu que Douglas apresentava lesões e determinou a realização de exame no IML, além de ordenar que a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) providencie atendimento médico imediato. Ele ressaltou que, sendo uma prisão temporária, a audiência de custódia não caberia revisar os fundamentos da ordem de prisão, tarefa que será analisada pelo juízo responsável pelo inquérito.
O juiz também decidiu registrar o pedido da defesa e da promotoria para que a Corregedoria da Polícia Civil investigue a conduta dos agentes envolvidos na prisão, diante das alegações de excesso de força. O defensor solicitou ainda acesso aos registros de GPS das viaturas e às câmeras corporais dos policiais, com a confirmação de que tais solicitações serão analisadas pelo juízo competente.
Fonte: G1


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