O relato da escritora Marisa Bueno traz à tona sua experiência de infância com Dona Mariquinha Branca, uma renomada benzedeira de Sorocaba. Aos dois anos, Marisa foi levada por sua mãe até a casa da benzedeira devido a suas dificuldades para andar.
Dona Mariquinha pediu que a mãe colocasse Marisa no chão e, após um ritual, assegurou que a menina não cairia mais ao tentar andar. O relato é um dos muitos que Marisa coletou para seu livro, onde narra as curas e graças atribuídas a Dona Mariquinha, uma figura carismática que ajudou centenas de pessoas na região.
A casa de Dona Mariquinha, localizada na Rua Purcino de Campos, não era apenas um espaço de atendimentos espirituais, mas também um abrigo para mais de 60 crianças que, deixadas por mães em busca de benzimento, acabaram sendo acolhidas por ela.
A neta Dagma Aparecida de Castro recorda a generosidade da avó, que, mesmo vivendo modestamente, dedicou sua vida a ajudar os necessitados. Dona Mariquinha, que faleceu em 1985, foi uma figura central na comunidade, oferecendo não apenas remédios feitos com ervas, mas também conselhos e apoio emocional.
O benzimento, uma prática enraizada na cultura popular brasileira, combina elementos de diversas tradições e é visto como uma alternativa de cura em regiões onde o acesso à medicina convencional é limitado. A tradição de benzedeiras, como Dona Mariquinha, permanece viva, com relatos de curas e experiências que transcendem gerações.
O benzimento é um ritual que envolve rezas e o uso de ervas, e muitos ainda recorrem a essas práticas em busca de saúde e bem-estar, evidenciando a força da fé e a importância dessas figuras na vida da comunidade.
Fonte: G1

.png)
0 Comentários