Nível de poluição nos rios cresce no interior de SP, mesmo após medidas contra a Sabesp por esgoto não tratado

A crise ambiental envolvendo a Sabesp e o despejo irregular de esgoto no Rio Pirapora, que abastece Araçoiaba da Serra (SP), teve novos desdobramentos. Apesar de a companhia afirmar que o sistema de tratamento opera dentro dos padrões legais, análises recentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) revelaram altos níveis de nitrogênio amoniacal na água, levando a interrupções no fornecimento em várias regiões. A concessionária Águas de Araçoiaba da Serra, que denunciou a situação ao Ministério Público, constatou que os índices chegaram a 8,76 mg/L em agosto, resultando em paradas no tratamento da água.

O nitrogênio amoniacal, proveniente da decomposição de matéria orgânica, indica a presença de esgoto e, em altas concentrações, pode causar eutrofização, levando à morte de peixes e tornando a água imprópria para consumo. O promotor Marcelo Cassola destacou que a denúncia da concessionária corrobora as frequentes interrupções na captação de água devido ao excesso de matéria orgânica, e diversas infrações foram registradas pelo manejo inadequado de esgoto. A degradação ambiental é atribuída ao funcionamento inadequado das Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) e de Tratamento de Esgoto (ETE) operadas pela Sabesp na região.

O Rio Pirapora é crucial para o abastecimento de Araçoiaba da Serra e cidades vizinhas. A contaminação do manancial compromete não apenas o tratamento de água, mas também a saúde pública. A Águas de Araçoiaba informou que intensificou o uso de produtos químicos na Estação de Tratamento de Água (ETA) Jundiaquara para manter a potabilidade, mas alertou que as medidas emergenciais são insuficientes para conter a contaminação. Em resposta, a Sabesp garantiu que não há despejo de esgoto sem tratamento no rio e que a operação da Estação Elevatória de Esgoto está regular, afirmando cumprir as determinações judiciais e os padrões de qualidade.

Fonte: G1