Número de corpos levados para praça na Penha, no Rio, ultrapassa 50; mortes não aparecem no balanço oficial

 




Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 55 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, na madrugada desta quarta-feira, 29 de outubro, um dia após a operação mais letal da história do estado. O governo do Rio de Janeiro havia informado na terça-feira, 28, que 60 criminosos foram mortos durante a megaoperação na Penha e no Alemão, além de outros quatro policiais.


O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou que os corpos levados à praça não foram contabilizados no balanço oficial de mortes. Uma perícia será realizada para verificar se essas mortes estão relacionadas à operação. Se confirmadas, o total de óbitos pode ultrapassar 100. Informações apuradas indicam que os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram intensos confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Moradores relataram que ainda há muitos mortos no alto do morro.


O ativista Raull Santiago, que ajudou a retirar os corpos da mata, expressou sua indignação: "Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento em um nível desconhecido."


O traslado dos corpos foi realizado para facilitar o reconhecimento por parentes. A Polícia Civil informou que o atendimento às famílias para o reconhecimento oficial ocorrerá no prédio do Detran, localizado ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h. Durante esse período, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, que farão os exames necessários. As demais necropsias, que não estão relacionadas à operação, serão realizadas no IML de Niterói.


Fonte: G1

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