Um homem de 59 anos, morador de Sorocaba, precisou recorrer à Justiça para realizar a cirurgia de implantação de um marcapasso cerebral, necessária para o tratamento da doença de Parkinson, diagnosticada há 17 anos. Aparecido Cardoso dos Santos começou seu tratamento na Policlínica de Sorocaba e, posteriormente, recebeu a recomendação para a cirurgia em São Paulo. Embora a cirurgia pudesse aliviar seus sintomas, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de São Paulo não agendou o procedimento, levando Aparecido a entrar com uma ação judicial em abril de 2024.
A Justiça determinou que o DRS marcasse a cirurgia em 30 dias, sob pena de multa de R$ 300 por dia, com um limite de R$ 30 mil mensais. No entanto, o governo estadual tem recorrido da decisão e não cumpriu as ordens judiciais subsequentes. Aparecido, que atualmente ocupa o 17º lugar na fila para a cirurgia, relata que sua condição tem se agravado, causando dores intensas e limitando sua mobilidade, o que impacta negativamente sua qualidade de vida.
O Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, onde Aparecido é atendido, confirmou que ele está na fila para o procedimento de estimulação cerebral profunda (DBS). O neurocirurgião Otávio Turalo explicou que a doença de Parkinson afeta a produção de dopamina, e embora não haja cura, a cirurgia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O Governo de São Paulo, por sua vez, não forneceu uma justificativa clara para o atraso no agendamento da cirurgia, e a multa diária aumentou para R$ 5 mil. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas vivam com Parkinson no Brasil, e esse número pode ultrapassar um milhão até 2060.
Fonte: G1
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