Um estudo do UNICEF revelou que, pela primeira vez, há mais crianças e jovens obesos do que desnutridos no mundo. Em 2015, a obesidade infantil atingiu 9,4% da população entre 5 e 19 anos, enquanto a desnutrição afeta 9,2%. O relatório, intitulado “Alimentando o Lucro: como os Ambientes Alimentares Estão Falhando com as Crianças”, foi baseado em dados de mais de 190 países e destaca os sérios riscos associados a essas condições, como o comprometimento do crescimento e do desenvolvimento cognitivo na desnutrição e o aumento de doenças crônicas na obesidade.
No Brasil, a taxa de obesidade entre crianças e adolescentes triplicou desde 2000, impulsionada pelo fácil acesso a alimentos ultraprocessados, que são baratos e altamente promovidos. Stephanie Amaral, do UNICEF, enfatiza que sair da fome não deve significar adotar uma alimentação prejudicial, pois isso pode levar a um aumento de doenças crônicas. O relatório também reconhece o Brasil como uma referência em algumas práticas, como rotulagem de alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que visa promover uma alimentação saudável nas escolas.
O relatório destaca que 5% das crianças com menos de 5 anos e 20% das crianças e jovens de 5 a 19 anos estão com excesso de peso. Além disso, países de baixa e média renda concentram 81% do excesso de peso global. Recomendações incluem proteger a amamentação, limitar o marketing de ultraprocessados e aumentar a oferta de alimentos nutritivos. Maria Edna de Melo ressalta que não há soluções fáceis, mas sim medidas regulatórias que podem melhorar o acesso a alimentos saudáveis e reduzir a disponibilidade de opções prejudiciais à saúde.
Fonte: G1

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