O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (23) que o Brasil “não pode servir de quintal de ninguém” e ressaltou a importância do país em manter sua soberania diante das políticas comerciais internacionais. Haddad fez essas declarações durante um evento do PT, comentando o tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre produtos exportados pelo Brasil.
Ele considerou a postura dos EUA como uma questão política, relacionada ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, e defendeu que o Brasil deve manter parcerias amplas sem se subordinar a nenhuma potência. “Temos tamanho, densidade e importância para garantir nossa soberania”, enfatizou Haddad.
O ministro ressaltou a necessidade de diversificação nas relações comerciais, mencionando a importância de dialogar com várias regiões, como a União Europeia, Ásia, Brics e Oriente Médio. Ele declarou que o Brasil deseja continuar a relação com os Estados Unidos, mas não aceitará condições impostas por eles.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também comentou sobre o tarifaço, considerando-o injustificado, já que os EUA mantêm superávit na balança comercial com o Brasil, e a média tarifária é baixa.
Haddad também abordou a questão dos dados digitais, destacando que 60% deles são processados fora do Brasil, o que representa um risco estratégico. Ele defendeu investimentos na indústria nacional de data centers e inteligência artificial, com o objetivo de tornar o Brasil um polo nesse setor.
O ministro previu um crescimento médio de 3% ao ano para o Brasil, desde que haja investimentos adequados em infraestrutura, educação, indústria e agricultura. No entanto, ele reconheceu que o crescimento do PIB em 2025 será menor que em 2024, uma desaceleração intencional para controlar a inflação.
Fonte: G1
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