Enquanto 38 senadores já assinaram o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, um nome em especial chama a atenção por sua ausência: Romário (PL-RJ). O ex-jogador, conhecido por sua postura direta nos gramados e na vida pública, agora parece hesitar justamente num momento decisivo da política brasileira.
A omissão tem gerado forte repercussão, principalmente entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veem no movimento pelo impeachment de Moraes uma bandeira de enfrentamento ao ativismo judicial. E não é para menos: todos os senadores do PL, partido ao qual Romário pertence, já aderiram à proposta com exceção dele e da senadora Eudócia Caldas (AL).
Nas redes sociais, o silêncio de Romário virou combustível para a revolta. Seus perfis foram inundados por milhares de comentários cobrando coerência e posicionamento. É natural: um parlamentar eleito com apoio de um eleitorado claramente conservador não pode, simplesmente, ignorar a principal pauta em discussão entre seus pares ainda mais quando todos os holofotes estão voltados para o Congresso.
Romário não pode querer os votos da base bolsonarista apenas em época de eleição. Ser senador exige coragem, responsabilidade e alinhamento com quem lhe deu o mandato. Não adianta posar de independente agora se, na prática, o que se vê é covardia política disfarçada de neutralidade.
Num momento em que o país debate os limites do Judiciário e o papel do Senado como freio constitucional, ficar em cima do muro é ser conivente com os excessos que vêm sendo denunciados. Romário deve uma resposta não só aos eleitores do PL, mas a todo o país que exige respeito à democracia e às instituições.
Fonte: Folha Jundiaiense
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