Empresas de Sorocaba e produtores rurais de Itapetininga, em São Paulo, estão analisando os possíveis impactos da taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Bruno Silvestre, proprietário de uma empresa de assessoria para exportação, afirma que essa medida pode desacelerar as exportações e gerar prejuízos, já que os produtos brasileiros se tornariam mais caros nos EUA, resultando em menos vendas e potencial aumento de desemprego. O diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues, destaca que a taxação pode inviabilizar a competitividade dos produtos de Sorocaba, que já teve um aumento significativo nas exportações, especialmente nos setores automotivo e de maquinário.
A preocupação se estende ao agronegócio de Itapetininga, onde os agricultores temem não apenas a taxação, mas também o aumento no custo de insumos importados, que dependem da cotação do dólar. Donizete Paifer, um produtor rural local, expressa sua apreensão com o impacto que essa situação pode ter na economia brasileira. Enquanto os EUA têm mantido um superávit comercial com o Brasil, economistas alertam que a tarifa pode desgastar as relações diplomáticas entre os dois países, embora também possa abrir oportunidades para o mercado asiático, especialmente com a China.
Em resposta à taxação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto regulamentando a Lei da Reciprocidade, permitindo que o Brasil possa retaliar medidas comerciais prejudiciais. A nova legislação estabelece um comitê que incluirá representantes do governo e do setor privado para discutir as ações a serem tomadas. Essa medida é vista como uma forma de o Brasil reagir ao tarifaço e proteger suas exportações em um cenário de incerteza econômica.
Fonte: G1
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