Diário de um Legendário: A experiência de um retiro militar que conquistou celebridades

 



O g1 esteve presente em um retiro masculino que tem gerado polêmica nas redes sociais, trazendo à tona os bastidores dessa experiência que reúne disciplina militar e espiritualidade. No primeiro dia, os participantes enfrentaram uma intensa maratona física, com regras rigorosas e alimentação controlada, enquanto a religião ficava em segundo plano. Celebridades como o ex-BBB Eliezer, pai de Neymar, Thiago Nigro e Tirulipa elogiam o evento, mas críticos o acusam de propagar uma visão antiquada da masculinidade. Como homem cristão, decidi participar para entender o que realmente acontece entre os "Legendários".


Sem gravador, câmera ou celular — proibidos durante o retiro — tomei notas do que vivenciei em junho de 2025. Desde o início, ficou claro que a disciplina militar e o esforço físico eram tão significativos quanto os aspectos espirituais.


O g1 publicou este Diário de um Legendário em quatro partes, entre sábado (26) e terça-feira (29).


  Chegada e Identificação


Minha chegada ao local ocorreu às 13h03, conforme anunciado no grupo de WhatsApp. O número do nosso retiro, 1.071, é exclusivo e identifica cada edição do evento. Após completar as 72 horas, recebi o boné de legendário 130.821, que indica que, antes de mim, 130.819 homens já haviam participado.


Os participantes eram divididos em "famílias". Fui alocado na Família 2, composta por 12 homens que se tornariam meus companheiros de jornada. Desde o início, ficou evidente que não havia espaço para improvisos; a lista de itens obrigatórios foi reiterada, e todos deveriam segui-la rigorosamente.


  Regras e Preparação


O custo do retiro foi de R$ 1.850, com variações entre R$ 450 e valores que podem chegar a dezenas de milhares de reais. Vindo de São Paulo, levei uma sacola com roupas extras, esperando deixá-la na igreja de onde partimos. No entanto, a resposta dos organizadores foi clara: "Desfrute o caminho, senhor" ou “Siga a lista”, o que me fez perceber que seguir as instruções era fundamental.


A partir daí, minha sacola se tornou um peso extra, somando-se aos 16 kg da minha mochila. No gramado da igreja, conhecemos o "Voice", responsável por passar instruções. Qualquer erro cometido por um membro da família resultava em punição para todos, com agachamentos como castigo.


Os participantes eram chamados de "senderistas", termo que remete ao conceito de "caminho". Aprendemos o grito "AHU" — que representa Amor, Honra e Unidade — utilizado como um sinal de afirmação ou celebração.


  Atendendo ao Chamado da Natureza


Um dos itens obrigatórios era uma pequena quantidade de cal, que um dos membros da minha família trouxe em maior quantidade para compartilhar. Durante a jornada, utilizamos o cal para cobrir os dejetos, minimizando o impacto ambiental.


  Experiência Familiar e Militar


Uma das atividades iniciais consistiu em formar círculos e discutir entre os membros da família, com perguntas que visavam fortalecer nosso conhecimento mútuo. Cada erro resultava em mais agachamentos, reforçando a necessidade de união.


Logo, os celulares e outros dispositivos foram confiscados, e perdemos a noção do tempo. Recebemos um sanduíche e uma banana antes de embarcar em um ônibus com destino desconhecido, enquanto o Salmo 91 era lido em voz alta, trazendo um clima de expectativa.


Após várias horas de viagem, chegamos a uma cidadezinha da Bahia, onde placas estavam cobertas para preservar o segredo do local. A experiência estava apenas começando, e a jornada para nos tornarmos "Legendários" se desenrolava diante de nós.


Fonte: G1 

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