Tigelas e smoothies feitos com açaí, uma fruta da Amazônia, tornaram-se populares em diversas cidades dos Estados Unidos. No entanto, a partir de 1º de agosto, uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil pode fazer os consumidores repensarem suas compras.
Praticamente toda a polpa de açaí comercializada nos EUA, assim como na Europa e na Ásia, vem do Brasil. Sem um acordo comercial entre o governo de Donald Trump e o Brasil, os preços das tigelas podem aumentar significativamente em lojas de Nova York a Los Angeles. Ashley Ibarra, gerente da Playa Bowls em Manhattan, observa que os clientes já estão reclamando dos preços, e um aumento pode transformar o açaí em um produto de luxo. Em comparação, a concorrente Oakberry, a maior rede de açaí do mundo, vende uma porção menor por US$ 13 (R$ 72) em Manhattan.
O mercado de açaí está em crescimento, com a produção e exportação do Brasil subindo de cerca de 150 mil toneladas há dez anos para quase 2 milhões de toneladas no ano passado, de acordo com dados do IBGE e dos governos do Pará e do Amazonas. Os EUA são o maior comprador do açaí brasileiro, seguidos pela Europa e Japão.
Nazareno Alves da Silva, presidente da Associação de Produtores de Açaí do Amazonas, afirmou que as empresas estão tentando encontrar formas de absorver os custos adicionais para manter as exportações aos EUA, mas não está otimista. Ele acredita que a operação pode se tornar inviável para muitos importadores americanos, levando os produtores brasileiros a buscar novos mercados.
Além disso, os efeitos das tarifas de Trump podem ser sentidos até por quem não consome açaí, já que o Brasil fornece cerca de um terço do café, além de suco de laranja e carne bovina consumidos nos EUA.
Fonte: G1
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