Trump passa por cima de governador da Califórnia e manda, à sua revelia, tropas para Los Angeles

 


O presidente Donald Trump ampliou o confronto com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ao assinar uma ordem que mobiliza dois mil soldados da Guarda Nacional no estado para reprimir os protestos contra as operações de imigração. A decisão foi tomada sem o consentimento do governador, que chamou a ação de "inflamatória".

Os soldados convocados representam o dobro do número designado em 2020 para conter os protestos após o assassinato de George Floyd. A mobilização atual ocorre em um contexto diferente, sem o pedido ou autorização do governador, o que marca uma interferência autoritária na gestão estadual.

Trump invocou um artigo do código dos EUA que lhe permite federalizar a Guarda Nacional em situações que considere emergenciais, como uma tentativa de repelir uma invasão ou reprimir uma rebelião. Em sua rede social, ele declarou: “Se o governador Gavin Newscum e a prefeita Karen Bass não puderem fazer o seu trabalho, então o governo federal intervirá e resolverá o problema”, usando um trocadilho em relação ao nome de Newsom.

Newsom, por sua vez, afirmou que a polícia estadual já tinha a situação sob controle antes da intervenção do presidente e insinuou que a violência dos protestos poderia ter sido incentivada por Trump. 

O entorno do presidente apoiou a mobilização, com o vice-presidente J.D. Vance se referindo aos manifestantes como "insurrecionistas".

A situação se torna ainda mais complexa quando se lembra que, em 6 de janeiro de 2021, durante a invasão do Capitólio por simpatizantes de Trump, o presidente hesitou em mobilizar a Guarda Nacional. Agora, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, sugeriu até mesmo o envio de fuzileiros navais para conter os protestos.

Trump, em seu segundo mandato, parece estar disposto a usar a força militar para implementar sua agenda de lei e ordem, uma abordagem que ele prometeu durante sua campanha. Este cenário oferece uma oportunidade para um confronto direto com seus adversários políticos, intensificando a polarização em um contexto já tenso.

Fonte: G1

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