O Ministério Público (MP) solicitou a cassação do mandato do prefeito reeleito de Campinas (SP), Dário Saadi (Republicanos), alegando abuso de poder político durante as eleições de 2024. O promotor Guilherme Athayde Ribeiro Franco também pediu que Saadi fosse declarado inelegível por oito anos, sob a acusação de ter utilizado um equipamento público da Prefeitura para promover sua candidatura durante a campanha.
O pedido do MP foi formulado após uma ação movida por Rafael Zimbaldi (Cidadania) e pela coligação "Campinas: uma cidade para todos", que acusa Dário Saadi, seu vice Wanderley de Almeida (PSB) e outros aliados de abuso de poder político e econômico. A defesa de Saadi afirma que não houve irregularidades e que a divulgação de sua atuação como prefeito nas redes sociais respeitou as normas eleitorais. O caso será julgado pela Justiça Eleitoral, e, caso a decisão resulte na cassação e inelegibilidade, ainda será possível recorrer.
Um dos pontos centrais da acusação é um vídeo gravado por Saadi durante uma visita ao Centro Dia do Idoso, um equipamento público da Prefeitura, no qual ele interage com funcionários e idosos. No vídeo, ele destaca o sucesso do centro e pede apoio para levar a mesma estrutura para outras regiões de Campinas, uma ação considerada como uso da estrutura pública para promoção pessoal durante a campanha.
O promotor argumenta que essa conduta foi irregular e impactou a disputa eleitoral, afirmando que o uso das facilidades decorrentes do cargo de prefeito infringiu a legislação eleitoral e causou desequilíbrio na competição. Além da cassação e da suspensão dos direitos políticos de Saadi por oito anos, o promotor pediu a remoção do vídeo da internet e a aplicação de uma multa.
Embora o vice-prefeito Wanderley de Almeida também possa perder o cargo, o promotor observou que não há provas de que ele tenha participado da gravação ou publicação do vídeo, mas defendeu seu afastamento devido à sua integração na mesma chapa que Saadi.
A ação mencionou outros dois episódios: comunicados à imprensa sobre uma possível mudança da Câmara Municipal e uma visita de campanha à empresa Benassi, onde Dário e o candidato a vereador Felipe Batista Marchesi (PSB) teriam feito discursos durante o expediente. O MP considerou esses episódios regulares, sem ilegalidades comprovadas.
Em uma ação anterior, no final do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) reverteu a cassação da candidatura de Dário Saadi, entendendo que, embora houvesse irregularidades, estas não eram graves o suficiente para justificar a cassação ou a inelegibilidade, resultando apenas na aplicação de uma multa ao prefeito e ao vice.
Fonte: JR
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