O amanhecer da quinta-feira (19) de Corpus Christi é um momento especial para os moradores do bairro Eloy Chaves, em Jundiaí. Às 6h30, cerca de 100 voluntários se reúnem na Avenida Carlos Veiga com o intuito de transformar 400 metros de asfalto em um vibrante tapete colorido, uma tradição que marca a celebração há 37 anos.
Divididos em 11 equipes, os voluntários utilizam cerca de meia tonelada de serragem, pó de café, tintas e outros materiais para criar símbolos religiosos que ilustram passagens bíblicas e a presença de Cristo na Eucaristia. "A cada ano, o tapete é uma expressão viva da fé do nosso povo. É com muita alegria que vemos gerações inteiras participando - avós, pais e filhos, todos juntos, construindo esse testemunho de amor a Jesus", afirmou o padre Michael Henrique dos Santos, pároco da Paróquia São João Bosco.
A mobilização não termina com a finalização do tapete; após a procissão, as equipes retornam ao local para limpar a via, reforçando o compromisso com a comunidade e o cuidado com o espaço público.
Celebração com fé e solidariedade
A programação da Paróquia São João Bosco se inicia às 15h30, com a missa na igreja (Avenida Benedito Castilho de Andrade, 1091, Eloy Chaves), seguida pela tradicional procissão pelas ruas do bairro, que culmina na sede da Associação de Moradores do Eloy Chaves (AMO). O evento atrai, em média, 4 mil pessoas, entre paroquianos, moradores e visitantes.
Além do caráter religioso, o Corpus Christi também possui um importante aspecto social. Durante a celebração, a paróquia intensifica a campanha do agasalho em apoio ao Fundo Social de Solidariedade de Jundiaí. "Os fiéis que participarem da Santa Missa são convidados a levar agasalhos para doação, que serão encaminhados diretamente ao Funss", explicou o padre Michael.
Um Legado que virou lei
A tradição do tapete começou em 1988, quando o então pároco sugeriu que a obra, antes feita apenas dentro da igreja, fosse estendida às ruas do bairro. A ideia ganhou força e, em 2012, o evento foi oficialmente incluído no Calendário Municipal de Eventos, através da lei 7.852, de autoria da ex-vereadora Ana Tonelli.
Com quase quatro décadas de história, o Corpus Christi de Eloy Chaves continua a encantar não apenas pela beleza de seu tapete, mas pela força comunitária que o sustenta. Essa tradição une fé, arte e solidariedade em cada passo dado sobre o tapete, que transforma as ruas em um espaço sagrado, mesmo que por um dia.
A prática dos tapetes remete à entrada de Jesus em Jerusalém, quando o povo cobriu o chão com ramos e mantos em sinal de acolhida. No Corpus Christi, a celebração homenageia o Corpo de Cristo, a presença real de Jesus na hóstia consagrada, que é o ponto central da fé católica.
Fonte: JR
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