HSV destaca cuidados essenciais para se proteger diante do frio intenso e do aumento dos casos de SRAG no Estado
A previsão do tempo indica uma semana gelada em Jundiaí, com temperaturas mínimas que podem chegar a 8°C. A chegada do frio intenso acontece em um cenário de aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o Estado de São Paulo, o que exige atenção da população, especialmente dos idosos, que estão entre os mais vulneráveis aos efeitos das baixas temperaturas. A médica geriatra do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Dra. Bruna Fernandes Nunes, explica que o envelhecimento natural do corpo traz alterações fisiológicas importantes, entre elas, a capacidade de manter a temperatura corporal estável.
“Isso está relacionado à termorregulação — o sistema responsável por manter o equilíbrio da temperatura corporal. Com o passar dos anos, esse mecanismo se torna menos eficiente: há uma redução na conservação do calor e na capacidade de isolamento térmico, em razão da diminuição da massa muscular e do conteúdo de água no corpo. Isso aumenta os riscos para quem se expõe ao frio sem a devida proteção”, explica a especialista.
No inverno, cuidados específicos são essenciais para o bem-estar dos idosos
Além do desconforto térmico, as baixas temperaturas podem agravar quadros clínicos preexistentes. Segundo a geriatra, o frio favorece infecções respiratórias, tanto virais quanto bacterianas, e afeta ossos e articulações. “Esse cenário pode resultar em limitações de movimento, intensificação das dores e maior risco de quedas. O sistema cardiovascular também é impactado: com o frio, os vasos sanguíneos se contraem, dificultando a circulação e exigindo mais do coração — o que pode desencadear arritmias, infartos e descompensações em doenças cardíacas”, alerta.
Essa maior sensibilidade dos idosos ao frio pode levar a uma queda acentuada da temperatura corporal, abaixo de 35ºC — condição conhecida como hipotermia. A hipotermia pode se manifestar em diferentes graus: leve (entre 35ºC e 32ºC), moderada (entre 31,9ºC e 28ºC) ou grave (abaixo de 28ºC). “Trata-se de um risco real para os idosos, mesmo em dias que não apresentam temperaturas extremamente baixas”, ressalta a geriatra.
Entre os idosos, os tremores e calafrios típicos da hipotermia podem não se manifestar, alerta a médica. No entanto, profissionais de saúde conseguem identificar sinais da condição por meio da avaliação da pele — ao tocar suavemente a região abdominal ou verificar se mãos e pés estão frios ou arroxeados. “Caso haja dificuldade para respirar, confusão mental, agravamento de doenças crônicas ou, ao medir a temperatura, seja constatada uma queda, é fundamental procurar assistência médica imediatamente”, orienta.
Cuidados essenciais
O bem-estar, a alimentação e a hidratação são os principais pontos listados pela médica. “A pele dos idosos fica, naturalmente, mais sensível e com o frio pode ficar mais ressecada. A orientação é evitar banhos muito quentes e utilizar sabonetes neutros”, elenca.
Com relação à alimentação, o ideal, segundo a profissional, é que ela seja equilibrada, rica em nutrientes e incluir alimentos como sopas e bebidas quentes. Ao contrário do que muitos imaginam, a hidratação adequada também é fundamental durante o frio. Mesmo com a queda das temperaturas e a redução da sensação de sede, o corpo continua perdendo líquidos constantemente — pela respiração, suor e processos metabólicos naturais. Além disso, o ar frio e seco típico desta época favorece o ressecamento das vias respiratórias.
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