'Cacho' de cobra-verde é flagrado no Rio Grande do Sul; entenda o fenômeno - A Voz da Região

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

'Cacho' de cobra-verde é flagrado no Rio Grande do Sul; entenda o fenômeno

Segundo informações do portal G1 em abril do ano passado, Telmo Santos registrou, no município de Santo Antônio da Patrulha (RS), um ‘cacho’ de cobras-verde penduradas sob os galhos de um pé de mexerica. A foto foi parar em um grupo no Facebook, na tentativa de entender qual fenômeno era aquele. O que ele não imaginava, porém, era que estava colaborando com a ciência: o comportamento compartilhado nas redes sociais foi descrito em uma nota científica de história natural na revista Herpetological Review, um periódico que reúne informações fundamentais para a compreensão da biologia das serpentes.

“O fenômeno registrado é chamado cientificamente de agregação reprodutiva. Ocorre justamente no período reprodutivo e o objetivo é o sucesso da reprodução da espécie por meio da cópula”, explica a bióloga especialista em répteis, Karina Banci.

“As fêmeas secretam pela pele hormônios sexuais chamados feromônios. Por meio do olfato, os machos são atraídos até a fêmea, conseguindo, inclusive, seguir as trilhas de feromônios que as fêmeas vão deixando por onde passam. Eventualmente muitos machos são atraídos ao mesmo tempo por uma fêmea só, o que faz com que eles se agreguem em volta dela, tentando copular”, detalha.

De acordo com a especialista apenas um ou poucos machos conseguem efetivamente copular. “Isto acontece porque, ao terminar a cópula, o macho secreta uma substância gelatinosa, chamada ‘plug copulatório’, que acaba bloqueando a cloaca da fêmea por algumas horas ou poucos dias, tempo suficiente para os outros machos dispersarem. Dessa forma, garantem a paternidade - ainda que paternidade múltipla seja bem comum em serpentes”, completa.



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