Marido é condenado a prisão perpétua após mulher morrer picada por cobra - A Voz da Região

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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Marido é condenado a prisão perpétua após mulher morrer picada por cobra




 De acordo com os documentos judiciais, a autópsia realizada no corpo da mulher, Uthra, em 7 de maio de 2020, confirmou que, horas antes, a vítima havia sido picada por uma naja indiana altamente venenosa. O caso aconteceu na cidade de Kollam no estado de Kerala, sul da Índia, a jovem envenenada tinha 25 anos e o culpado por isso, de acordo com a justiça indiana não foi a cobra, mas sim o marido da mulher, Suraj Kumar.  


A vítima foi encontrada morta pela própria mãe, que viu a filha deitada, imóvel na cama de casa e com seu braço esquerdo manchado de sangue. A família ainda a levou para p hospital, mas ela já estava morta.


É comum na Índia a morte por picadas de cobra, mas a família desconfiou de crime conjugal e registrou queixa na polícia. O caso ganhou os jornais de todo o país e o esposo foi considerado culpado e condenado à prisão perpétua por um crime que o juiz chamou de “diabólico e medonho”. Pelo que a justiça apontou, essa não foi a primeira vez que ele usou do reptil peçonhento como arma.


Suraj Kumar e Uthra, que usava apenas o primeiro nome, se conheceram por meio de um serviço de corretor matrimonial e se casaram em março de 2018.


“Queríamos encontrar alguém que a fizesse feliz”, disse o irmão de Uthra, Vishu, que também usa apenas um nome. “Ela era um pouco diferente, tinha dificuldades de aprendizagem. Queríamos um homem que pudesse cuidar dela”.


Kumar, um bancário de 27 anos, não tinha um histórico financeiro estável. Seu pai era motorista de auto-riquixá (veículo de três rodas popular no país) e sua mãe, dona de casa.


De acordo com o julgamento, Kumar se casou com Uthra “com o objetivo de obter ganhos financeiros”.


Quando se casou, Kumar aceitou um dote de 720 gramas de ouro, um sedã Suzuki e 500 mil rúpias (cerca de R$ 37 mil) em dinheiro.


De acordo com o julgamento, os pais de Kumar exigiram que os pais de Uthra pagassem por eletrodomésticos, um carro, móveis, reformas e a taxa de inscrição de um curso de MBA para a irmã de Kumar.


Mas, segundo o julgamento, Kumar estava “insatisfeito” com a dificuldade de aprendizagem de Uthra.

No fim de 2019, Kumar parecia ter desenvolvido uma obsessão por cobras. Ele passava horas na internet assistindo a vídeos no YouTube, inclusive episódios de “Snake Master”, programa com o renomado especialista em cobras Vava Suresh.


No dia 26 de fevereiro, Kumar comprou uma víbora de Russell do apanhador de cobras Chavarukavu Suresh (que não possui nenhuma relação com Vava Suresh) por 10 mil rúpias (cerca de R$ 756). No dia seguinte, ele deixou a cobra na escada de sua casa e pediu a Uthra que pegasse seu telefone celular no quarto no primeiro andar, esperando que a cobra a picasse e a matasse.


Kumar capturou a cobra, guardou em um saco plástico e, na noite de 2 de março, tentou novamente.


Ele misturou sedativos em uma porção de pudim indiano, o que fez Uthra “cair rapidamente no sono”. Enquanto ela dormia, Kumar forçou a víbora a mordê-la e depois jogou a serpente para fora da casa para destruir provas.


Uthra acordou gritando com “uma dor terrível” e, após certa demora, foi levada ao hospital por Kumar, que alegou que a esposa havia sido picada do lado de fora, enquanto lavava roupas à noite.


De acordo com o julgamento, antes de ir para a cama, Kumar ofereceu a Uthra um copo de suco misturado com sedativos. Enquanto ela dormia, Kumar jogou a serpente nela, mas o réptil não mordeu. Ele então pegou a cobra pela cabeça e forçou suas presas contra o braço esquerdo de Uthra – duas vezes.


Apesar de Kumar ter tentado fazer com que tudo parecesse um acidente, uma série de pistas sugeriam que as picadas não eram naturais: a largura das marcas das presas, a posição das mordidas, e a impossibilidade de a cobra ter entrado na sala sozinha.

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